Mencionada por:
Nora Fortunato
Menciona a:
Vania Azamor
POEMAS
PRESSÁGIO
Na sala, ao som de uma lira
viaja ao encontro da moça
ela aparece de bicicleta
e o jardim botânico passeia
com eles
o olhar da moça
não enxerga incêndios
só o corpo do rapaz é quase
um campo de paixão
ao redor, pairam cinzas
de flores em chamas
e
o som da lira
não afasta seus presságios
ATRÁS DO ESPELHO
Casa ilhada, vegetação leve
floresta quase abstrata
onde o vento alisa, tonteia
o verde, rodopia o homem
um arbusto adivinho
balança solitário
avisa a visita da moça
que inventa o tempo
um temporal chega correndo
as
cortinas escapam
pelos olhos da casa
à noite o homem entorna,
lentamente, água sobre a moça
ela mergulha
a cabeça numa tina
seu cabelo vira cortina
o quarto mina água
LENDA CHINESA
Aflita
a casa admira
a fumaça masculina
e no quarto febril
à noite espera a moça
sem rugas, um lençol
com ausência de manchas
e ao lado sempre úmido
um lenço de papel
outra lágrima áspera,
entre a folhagem da
vícia escuta
apenas
passos
tensos
mas a lenda chinesa visita
o homem que sobe a montanha
na frincha do tronco da árvore
sussurra sua história
BIO/BIBLIOGRAFIA
Nasci
em Alagoa Grande, PB. Moro no Rio de Janeiro.
Autora do livro Cortinas
Transversas em 2003, pela coleção Letra Itinerante.
Poemas publicados nas revistas
Poesia Sempre da Biblioteca Nacional e Inimigo Rumor (7 Letras).
POÉTICA
Lento tatear
certo estranhamento
e as vezes, apreender a outra pele
das palavras, sentimentos
das coisas do mundo,
com um novo olhar.
.