ELI CASTRO
mencionado por:
Julio Lira
menciona a:
Ivaldo Ribeiro Filho
Thiago Fonseca Veras
Cândido Rolim
Rodrigo Magalhães
poemas
Paciência
a essa altura
teu cansaço
parece bem maior e,
com muita sorte - minha -,
você diz, educada, que tudo
anda em ordem
apesar dos machucados
de o mundo...
a pesar.
já fora do restaurante
imagino teu silêncio
dividido entre
guarnições &
talheres frios
o mundo mastigado ~ amargo
sem criatividade
no jogo de temperos
cruzo a rua;
o ônibus bufa
num duro arquejo de trégua :
tudo está em ordem,
eu digo.
um próximo cigarro
urgente.
Vin
a montanha do tai shan domina
a planície do rio amarelo
[ e, por isso, aqui estamos
onde nenhuma montanha nos espera
pacíficos, caminhando enquanto - teu e meu -
pensamentos esbarram
num jogo de pouco amor,
como bruxos movidos por tolas adivinhas
a linha do equador é invisível porque
o equinócio a derreteu
[ tanta coisa você me explica
numa paciente precisão
de gestos plúvios - incansáveis -
até o último minuto
e todas as mortes são bem-vindas
[por pouco capricho de meias palavras
e parco brilho emaranhado do corpo - já gasto -,
só há o que dizer
esta imagem plantada e crescida,
viciada em tintas
que teus cabelos se nutrem numa
renovação de sóis (oxigênio)
por mera vergonha em deixar
que se dispam alvos, a começar pelas raízes
mas tal tempo
não desmantela o
convicto-amor-cansado-nobre-amor
a montanha do tai shan domina
a planície
[ caminhamos devagar, sossegados,
longe de qualquer sono
Na Serra
/chove/
gotas
simulam estrelas
no vidro da
janela ,
borrão de paisagem.
lareira
cobertor
toda
a paciência do mundo
esgotada num
maço
de cigarros.
não há noite
mais fria
que
esta
bio/biblio
Eli Castro nasceu em Fortaleza, 1979. O autor é inédito em livro e, por enquanto, pretende perpetuar essa teimosa dignidade de escrever e não-publicar (se assim for possível entender). Além de lecionar, Eli Castro fotografa de vez em quando e, quase sempre, vai ao estádio torcer pelo time do coração, o Leão (é claro!). Desde 2004 vive com a Mel e o João, uma tarefa árdua, contudo, prazerosa.
poética
Procuro, quando escrevo, o melhor de minha humanidade. É como se me fosse dada a oportunidade de enxergar-me pelo avesso, pelo meu inédito, por aquilo que me faz página em branco; ou seja: um terreno onde se possa macular idéias e adulterar óbvios; no intuito, simples, de dignidade particular, sem vaidades ou falsas modéstias. Muitas vezes, desejo esse contato sempre, mas, como foi dito, tudo é uma questão de oportunidade, de relance, de átimo. E, por isso, inédito, disperso e, por que não, profano.
mencionado por:
Julio Lira
menciona a:
Ivaldo Ribeiro Filho
Thiago Fonseca Veras
Cândido Rolim
Rodrigo Magalhães
poemas
Paciência
a essa altura
teu cansaço
parece bem maior e,
com muita sorte - minha -,
você diz, educada, que tudo
anda em ordem
apesar dos machucados
de o mundo...
a pesar.
já fora do restaurante
imagino teu silêncio
dividido entre
guarnições &
talheres frios
o mundo mastigado ~ amargo
sem criatividade
no jogo de temperos
cruzo a rua;
o ônibus bufa
num duro arquejo de trégua :
tudo está em ordem,
eu digo.
um próximo cigarro
urgente.
Vin
a montanha do tai shan domina
a planície do rio amarelo
[ e, por isso, aqui estamos
onde nenhuma montanha nos espera
pacíficos, caminhando enquanto - teu e meu -
pensamentos esbarram
num jogo de pouco amor,
como bruxos movidos por tolas adivinhas
a linha do equador é invisível porque
o equinócio a derreteu
[ tanta coisa você me explica
numa paciente precisão
de gestos plúvios - incansáveis -
até o último minuto
e todas as mortes são bem-vindas
[por pouco capricho de meias palavras
e parco brilho emaranhado do corpo - já gasto -,
só há o que dizer
esta imagem plantada e crescida,
viciada em tintas
que teus cabelos se nutrem numa
renovação de sóis (oxigênio)
por mera vergonha em deixar
que se dispam alvos, a começar pelas raízes
mas tal tempo
não desmantela o
convicto-amor-cansado-nobre-amor
a montanha do tai shan domina
a planície
[ caminhamos devagar, sossegados,
longe de qualquer sono
Na Serra
/chove/
gotas
simulam estrelas
no vidro da
janela ,
borrão de paisagem.
lareira
cobertor
toda
a paciência do mundo
esgotada num
maço
de cigarros.
não há noite
mais fria
que
esta
bio/biblio
Eli Castro nasceu em Fortaleza, 1979. O autor é inédito em livro e, por enquanto, pretende perpetuar essa teimosa dignidade de escrever e não-publicar (se assim for possível entender). Além de lecionar, Eli Castro fotografa de vez em quando e, quase sempre, vai ao estádio torcer pelo time do coração, o Leão (é claro!). Desde 2004 vive com a Mel e o João, uma tarefa árdua, contudo, prazerosa.
poética
Procuro, quando escrevo, o melhor de minha humanidade. É como se me fosse dada a oportunidade de enxergar-me pelo avesso, pelo meu inédito, por aquilo que me faz página em branco; ou seja: um terreno onde se possa macular idéias e adulterar óbvios; no intuito, simples, de dignidade particular, sem vaidades ou falsas modéstias. Muitas vezes, desejo esse contato sempre, mas, como foi dito, tudo é uma questão de oportunidade, de relance, de átimo. E, por isso, inédito, disperso e, por que não, profano.
9 comments:
As palavras dispostas ao equilírio da arquitetura de uma leitura. Ergue-se a beleza dos sentidos - o concreto. A poesia do Eli é uma delicadeza.
DeliCADEZA é mesmo uma palavra que caracteriza esse poeta, esses poemas. Falam do cotidiano, falam da necessidade de paixão e, sem ser óbvio, falam de amor. Com construções e imagens fortes, porque vívidas, eles se entranham no nosso próprio-óbvio cotidiano.
Não tenho dúvida, o time do Fortaleza, o famoso Leão, vai ser campeão este ano. eu vou vir de teresina, vou dar um abraço neste grande amigo, nós vamos ouvir, embriagados, um grande sucesso do raimundo soldado, depois catar formigas com o joão, no lixo, até o sol raiar, gritando: é tricolor de aço!
Caro amigo, suas palavras exalam uma sensação de prazer, são belas as escritas que fizestes e a maneira que as dispos, palavra por palavra, procura a grandeza do ser, do estar, do acreditar. Muito agradecido estou por este convite para conhecer tão maravilhosa poesia. Ao acresentar algo novo, não te esqueças de me alertar. Abraços. Gonzaga Neto.
nossa!! O quanto as pessoas podem descobrir o talento q possui. tenho maior prazer d dizer a todosq tive a oportunidade d aprender infinitas coisas c essa pessoa hulmilde, amigo, compreensivo enfim essa pessoa merece td d bom Deus pos e ainda colocara em seu caminho.
bjos...d quem tem profunda admiração..Luana
Hei, muito bem bolado este blog. Interage perfeitamente com o leitor.
Fera.
Achei muito legal o seu blog, como faço para enviar alguns poemas de minha autoria? Já publiquei um livro de poesia: O amor , a paixão...e os outros sentimentos.
No sentido em que AS PALAVRAS NÃO ALCANÇAM O INDIZÍVEL, como já te escrevi, em outra ocasião, vou pensar com lentidão calculada(?) e voluptuosa, com afetividade.
A princípio, estou degustando seu espaço, provando todos os sabores apetitosos que sua poesia revela, mas pelo que vejo, muito falta-me a ser lido, ou melhor, deleitado.
...Nesse momento, o tempo torna-se meu algoz...
Obrigada pela oportunidade e confiança. Abraço grande.
"Serra"... Fascinante.
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