SEBASTIÃO EDSON MACEDO
mencionado por:Izabela Leal
Luis Maffei
Luis Maffei
Leonardo Gandolfi
menciona a:ranieri ribas
ricardo pinto de sousa
virginia b.
daniela serruya kohn
aderaldo luciano
(3 Poemas de para apascentar o tamanho do mundo, Rio de Janeiro: Oficina Raquel, 2006.)
PÓRTICO
uma parte de ti eu reconheço porque se repete
duas ou três cadeiras para a mesma janela
um ou outro degrau de diferença
na medida em que corres à prosa
mesmo assim tu insistes em te sentar diante do sol
da água da flor da pedra
insistes em dar uma cor ao momento como se
bastasse a cadência
bastasse de ti apenas a temperança
o ouro
eu te pergunto se é esse o laurel
e se tocas sempre assim aquilo que repartes em sílabas
e pássaro
porque outra parte de ti eu não posso supor pela ponta
nem alcançar através do silêncio
posto que não há silêncio quando tu abres o caderno
e arrastas as cadeiras
na tua glosa escusa
escusa
queria o tempo
esmiuçar-me dentro da cor muito piscina dos teus olhos
num mergulho de estar afoito inteiriço
moreno de pertencer às madeiras apaziguadas pela família
esvoaçado ao meio
entre elétrico e solar
entre urgente e eterno
quase qualquer peixe de centelha e avelã
respirando tuas astrologias silenciosas pela tarde dentro
a baía embaralhada nos vidros do coração que prossegue
que pressente o aterro desmaiando para dentro do táxi
enquanto cresce em mim a terra barroca a curva branca
de uma velocidade sem palavras para telefonar imediatamente
queria o macio
minuciosamente abrir as reticências uma a uma
daquelas criaturas anunciadas por baixo do perfume
guardado junto ao nome volumoso do algodão
sem importar qual é o caminho caligráfico a que levam os pássaros
se hidrossolúveis
se arredios depois
se mais confusos ainda o súbito no certo
a sílaba carminácea no filamento de mel
o sossego em torno da romã
depois das amendoeiras exauſtas
nascem pedidos de amarelo na terra
tu irás em pequenos bandos
atender ao que aponta o meu olhar
irás derradeira notícia de que há uma canção
nessa álgebra luz com sua clava necessária
é o vento moço que enche nossa boca de presságios?
as amendoeiras começam onde pousam rondas
o teu olvido tão chamado às minhas iluminuras
a terra contenta a nossa quimera
num exato rebento das folhas pelo chão
1 bio/biblio
nasci em floriano, interior do piauí, em 1974. acabei de publicar, pela oficina raquel, a recolha de poemas “para apascentar o tamanho do mundo”, e estou contente com isso.
1 poética
eu não tenho poética, tenho poemas.
menciona a:ranieri ribas
ricardo pinto de sousa
virginia b.
daniela serruya kohn
aderaldo luciano
(3 Poemas de para apascentar o tamanho do mundo, Rio de Janeiro: Oficina Raquel, 2006.)
PÓRTICO
uma parte de ti eu reconheço porque se repete
duas ou três cadeiras para a mesma janela
um ou outro degrau de diferença
na medida em que corres à prosa
mesmo assim tu insistes em te sentar diante do sol
da água da flor da pedra
insistes em dar uma cor ao momento como se
bastasse a cadência
bastasse de ti apenas a temperança
o ouro
eu te pergunto se é esse o laurel
e se tocas sempre assim aquilo que repartes em sílabas
e pássaro
porque outra parte de ti eu não posso supor pela ponta
nem alcançar através do silêncio
posto que não há silêncio quando tu abres o caderno
e arrastas as cadeiras
na tua glosa escusa
escusa
queria o tempo
esmiuçar-me dentro da cor muito piscina dos teus olhos
num mergulho de estar afoito inteiriço
moreno de pertencer às madeiras apaziguadas pela família
esvoaçado ao meio
entre elétrico e solar
entre urgente e eterno
quase qualquer peixe de centelha e avelã
respirando tuas astrologias silenciosas pela tarde dentro
a baía embaralhada nos vidros do coração que prossegue
que pressente o aterro desmaiando para dentro do táxi
enquanto cresce em mim a terra barroca a curva branca
de uma velocidade sem palavras para telefonar imediatamente
queria o macio
minuciosamente abrir as reticências uma a uma
daquelas criaturas anunciadas por baixo do perfume
guardado junto ao nome volumoso do algodão
sem importar qual é o caminho caligráfico a que levam os pássaros
se hidrossolúveis
se arredios depois
se mais confusos ainda o súbito no certo
a sílaba carminácea no filamento de mel
o sossego em torno da romã
depois das amendoeiras exauſtas
nascem pedidos de amarelo na terra
tu irás em pequenos bandos
atender ao que aponta o meu olhar
irás derradeira notícia de que há uma canção
nessa álgebra luz com sua clava necessária
é o vento moço que enche nossa boca de presságios?
as amendoeiras começam onde pousam rondas
o teu olvido tão chamado às minhas iluminuras
a terra contenta a nossa quimera
num exato rebento das folhas pelo chão
1 bio/biblio
nasci em floriano, interior do piauí, em 1974. acabei de publicar, pela oficina raquel, a recolha de poemas “para apascentar o tamanho do mundo”, e estou contente com isso.
1 poética
eu não tenho poética, tenho poemas.
3 comments:
poesia viceral,texto qeu corta -provoca e alegra
ô tião, coisa boa ver teus poemas de novo!
saudade do povo da poesia da faculdade, da cinda & cia.
beijo pra ti
diria o duplo
eu
que quando penso vai uma bola grande de neve se derretendo toda pelas bordas
só quando a gente brinca no mar vÊ que as gaivotas são verdes
sou aquela árvore defronte da tua janela.sempre amiga de longe.perto são nossas vontades de encontrar.ainda.
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