Monday, July 30, 2007
MARCELO MONTENEGRO
mencionado por:
Ronaldo Bressane
Chacal
Joca Reiners Terron
menciona a:
Sergio Mello
Luana Vignon
Bruna Beber
Maurício Arruda Mendonça
Augusto Silva
poemas
buquê de presságios
De tudo, talvez, permaneça
o que significa. O que
não interessa. De tudo,
quem sabe, fique aquilo
que passa. Um gerânio
de aflição. Um gosto
de obturação na boca.
Você de cabelo molhado
saindo do banho.
Uma piada. Um provérbio.
Um buquê de presságios.
Sons de gotas na torneira da pia.
Tranqueiras líricas
na velha caixa de sapatos.
De tudo, talvez, restem
bêbadas anotações
no guardanapo.
E aquela música linda
que nunca toca no rádio.
robert creeley band
Monga, a mulher-gorila:
na dúvida, rindo da Vida;
aqui, grudada no corpo,
como uma calça jeans
encharcada de chuva –
A preparação do salto
na cabeça do cervo morto.
A musa fatiada na véspera
do mágico – E o jeito encantador
com que a executiva
mexe o canudo
no copo de suco.
Na quermesse dos sentidos,
onde a noite troca de pele
com o dia – O céu esfolado,
anjos em velocípedes –
A esfirra que sobra
na lanchonete que fecha –
Onde o espanto
lustra seus rifles.
matinê
Às vezes saio do cinema
E me ponho a andar
Cartografias pessoas
Apenas olhar
Ter a leve impressão
De que a cidade está grávida
De um outro lugar
bio/biblio
Marcelo Montenegro (São Caetano do Sul, SP, 1971) é autor de Orfanato Portátil (Atrito Art Editorial, 2003). É editor de vídeo e membro do grupo de teatro Cemitério de Automóveis onde opera luz e sonoplastia.
poética
geometria folk
Brasa de cigarro espetando a escuridão
Um vídeo cassete com rodelas meladas de copo por cima
Retirando os excessos de um texto
como quem tira a importância das coisas
Uma flor num pote de margarina
O eterno despido de um uivo?
O poeta está sempre verde
Inseto que se arrebenta na miragem de vidro
A cara de quem acorda sem saber aonde
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