Menciona:
Claudia Roquette-Pinto
Horácio Costa
Josely Vianna BatistaJúlio Castañon Guimarães
Ronald Polito
POEMAS
irmão
mãos trêmulas
vontade de matar-se para esquecer
fuga de si
para outra vez ser genuíno
voltar do naufrágio hepático
limpo, intacto
menino afogado no fígado
(de Fotografias, 2001)
ocorrência n.º 3
seqüências sem escape
outros fogem
por tabuleiros,
desterrado da última
face,
ponto cego de relógios
construir o óbito
o corpo em si
desabitado
espelhos encarcerados
nos opostos
uma tábua viva
no espaço
(de crivo, 2004)
Nadia Comaneci
Tudo assiste crescer em seu mergulho: águas expandidas, estrelas imemoriais. Tesa de intensa delicadeza desenha a teia certeira, estrita esgrima com a brisa, sem arrimo ou amarras, perdura o arco dorsal enquanto desmorona o fôlego suspenso dos metais — vôo que anula o entorno e batiza o desgoverno: múltiplo rebento do movimento, um impulso para o centro de si até construir o desfecho: o solo brotando para a planta dos pés.
(de Corpo sucessivo, 2008)
BIO/BIBLIOGRAFIA
Danilo Bueno nasceu em Mauá, São Paulo em 1979. Reside na cidade de São Paulo desde 2006. Publicou a plaquete Fotografias (Alpharrabio Edições, 2001), o volume crivo (Alpharrabio Edições e Fundo de Cultura do Município de Mauá, 2004), menção honrosa no prêmio Redescoberta da Literatura Brasileira – 2001, promovido pela Revista Cult e Corpo sucessivo (Oficina Raquel, 2008). Veiculou resenhas e ensaios por revistas e páginas eletrônicas do Brasil e do exterior. Formou-se na Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo e atualmente é mestrando em Letras no programa de Literatura Portuguesa da Universidade de São Paulo (USP).
POÉTICA
Ao escrever dou forma a algo impossível de prever. Talvez um poema. Quase sempre nada. Toda possibilidade torna-se arremedo de uma força maior que concilia escrita e vida. Intuição, pensamento, atenção. E muito mais, claro. Dentre todos os mistérios fica o extremo prazer de escrever. E de errar.
Claudia Roquette-Pinto
Horácio Costa
Josely Vianna BatistaJúlio Castañon Guimarães
Ronald Polito
POEMAS
irmão
mãos trêmulas
vontade de matar-se para esquecer
fuga de si
para outra vez ser genuíno
voltar do naufrágio hepático
limpo, intacto
menino afogado no fígado
(de Fotografias, 2001)
ocorrência n.º 3
seqüências sem escape
outros fogem
por tabuleiros,
desterrado da última
face,
ponto cego de relógios
construir o óbito
o corpo em si
desabitado
espelhos encarcerados
nos opostos
uma tábua viva
no espaço
(de crivo, 2004)
Nadia Comaneci
Tudo assiste crescer em seu mergulho: águas expandidas, estrelas imemoriais. Tesa de intensa delicadeza desenha a teia certeira, estrita esgrima com a brisa, sem arrimo ou amarras, perdura o arco dorsal enquanto desmorona o fôlego suspenso dos metais — vôo que anula o entorno e batiza o desgoverno: múltiplo rebento do movimento, um impulso para o centro de si até construir o desfecho: o solo brotando para a planta dos pés.
(de Corpo sucessivo, 2008)
BIO/BIBLIOGRAFIA
Danilo Bueno nasceu em Mauá, São Paulo em 1979. Reside na cidade de São Paulo desde 2006. Publicou a plaquete Fotografias (Alpharrabio Edições, 2001), o volume crivo (Alpharrabio Edições e Fundo de Cultura do Município de Mauá, 2004), menção honrosa no prêmio Redescoberta da Literatura Brasileira – 2001, promovido pela Revista Cult e Corpo sucessivo (Oficina Raquel, 2008). Veiculou resenhas e ensaios por revistas e páginas eletrônicas do Brasil e do exterior. Formou-se na Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo e atualmente é mestrando em Letras no programa de Literatura Portuguesa da Universidade de São Paulo (USP).
POÉTICA
Ao escrever dou forma a algo impossível de prever. Talvez um poema. Quase sempre nada. Toda possibilidade torna-se arremedo de uma força maior que concilia escrita e vida. Intuição, pensamento, atenção. E muito mais, claro. Dentre todos os mistérios fica o extremo prazer de escrever. E de errar.
1 comment:
A poesia de Danilo Bueno é concisa e precisa, sem perder a capacidade de surpreender o leitor; ele sabe mesclar a visão das coisas exteriores com o seu mundo interior, sem nunca esquecer que a poesia é um universo próprio, construção de linguagem. É um poeta que vale a pena ler.
Claudio Daniel
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