ALICE SANT'ANNA
Mencionada por:
Ana Guadalupe
Bruna Beber
Mariano Marovatto
Renato Mazzini
Menciona:
Armando Freitas Filho
Mariano Marovatto
Bruna Beber
Ismar Tirelli Neto
Gregório Duvivier
Mencionada por:
Ana Guadalupe
Bruna Beber
Mariano Marovatto
Renato Mazzini
Menciona:
Armando Freitas Filho
Mariano Marovatto
Bruna Beber
Ismar Tirelli Neto
Gregório Duvivier
Lucas Viriato
POEMAS
quarta-feira
comprava uma bala de tamarindo
depois da aulapara fazer companhia
na volta pra casa.
rabo de cavalo preso
no alto da cabeça, dentes da frente
separados. o caderno de pauta
tem linhas azuis
e a ponta da caneta bic
está em apuros de tanto ser
mastigada (talvez daí
os dentes separados).
não quer adivinhar
o futuro, o cadarço do tênis
desamarrou, talvez ganhe muito dinheiro
com pensamentos em caixinhas
ou receba estudantes estrangeiras
(pode ser que more numa casa
com longos corredores). a única
coisa certa é que quarta-feira
tem carne moída com purê de batatas
e aula de piano às seis
cine palácio
sentada no sofá
do cine palácio
caderno na mão rosto sem
maquiagem espera terminar
a sessão de indiana jones
às oito e vinte
os dias têm sido longos
e não chove há três semanas
a promessa de que algum dia
vai morar
bem longe
o senhor na bilheteria
reclama do preço do ingresso
não tem meia-entrada? a mocinha
é irredutível
luz fraca e quadrados
de mármore nos pés
uma vassoura esfrega o salão
nenhum sinal de besouros
ou fuligem de mariposa
há
na esquina da rua
um piano que toca
notas esparsas
em lá menor
nunca vi
o rosto de quem
se esconde por trás
de acordes sustenidos
e que desfila dedos no teclado
com a leveza de quem
sustenta passarinhos
no ar
MINIBIOGRAFIA
Alice Sant'Anna tem 20 anos e é carioca. É estudante de jornalismo, tecladista da banda Os subterrâneos e estagiária do selo Alfaguara, da Editora Objetiva. Os poemas acima foram publicados no blog www.adobradura.blogspot.com. Em agosto, lança o seu primeiro livro, Dobradura, pela 7 Letras.
POÉTICA
Andar de ônibus
POEMAS
quarta-feira
comprava uma bala de tamarindo
depois da aulapara fazer companhia
na volta pra casa.
rabo de cavalo preso
no alto da cabeça, dentes da frente
separados. o caderno de pauta
tem linhas azuis
e a ponta da caneta bic
está em apuros de tanto ser
mastigada (talvez daí
os dentes separados).
não quer adivinhar
o futuro, o cadarço do tênis
desamarrou, talvez ganhe muito dinheiro
com pensamentos em caixinhas
ou receba estudantes estrangeiras
(pode ser que more numa casa
com longos corredores). a única
coisa certa é que quarta-feira
tem carne moída com purê de batatas
e aula de piano às seis
cine palácio
sentada no sofá
do cine palácio
caderno na mão rosto sem
maquiagem espera terminar
a sessão de indiana jones
às oito e vinte
os dias têm sido longos
e não chove há três semanas
a promessa de que algum dia
vai morar
bem longe
o senhor na bilheteria
reclama do preço do ingresso
não tem meia-entrada? a mocinha
é irredutível
luz fraca e quadrados
de mármore nos pés
uma vassoura esfrega o salão
nenhum sinal de besouros
ou fuligem de mariposa
há
na esquina da rua
um piano que toca
notas esparsas
em lá menor
nunca vi
o rosto de quem
se esconde por trás
de acordes sustenidos
e que desfila dedos no teclado
com a leveza de quem
sustenta passarinhos
no ar
MINIBIOGRAFIA
Alice Sant'Anna tem 20 anos e é carioca. É estudante de jornalismo, tecladista da banda Os subterrâneos e estagiária do selo Alfaguara, da Editora Objetiva. Os poemas acima foram publicados no blog www.adobradura.blogspot.com. Em agosto, lança o seu primeiro livro, Dobradura, pela 7 Letras.
POÉTICA
Andar de ônibus
3 comments:
Que bonitos seus poemas, Alice.
Gênia da praça
antena da raça
Adoro as poesias dessa menina!!! Leio, e tudo me lembra, relembra uma certa leveza da palavra como se fossem pássaros voando de asas abertas por um tempo que alguma vez passei.
Beijinhos da Carol
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