mencionado por
Paulo Henriques Britto
menciona a
Paulo Henriques BrittoDomingos Guimaraens
Alice Sant' Anna
Luiz Felipe Leprevost
Augusto de Guimaraens Cavalcanti
poemas
Todo esse céu de estrelas
por que procuro
nesse
pedaço plástico?
Na rua a estante de poesia
conheço bem
levo qualquer coisa
e volto.
Rumino, rumino, rumino, rumino
quem me vê
conhece todos
esses passos
o teu céu
ah, o teu céu
antes pela fechadura
já estudei e
estudei
até
onde isso vai
não tenho mais o dinheiro
para comprar-te uns versos
Passo o domingo fabricando algum
com os que me foram dados
Andando
pelas janelas sou um camelo
com o pedaço de plástico na aorta
na mesa
escrevo versos
“como quem chupa uma laranja”
tempos que não chupo
uma laranja
nem nunca comprei nenhuma
Enrolo
enrolo
enrolo
enrolo
enrolo
enrolo
(...)
quero um beijo
no teu céu
e compor aos poucos
o mais monumental
dos poemas
simples
e
sério
feito essa alguma coisa
que não nomeias
e escreve sem tinta das
suas unhas carmim
pelo meu cabelo
enquanto eu
procuro o teu sim
nas afiadas quinas
do teu corpo
em construção
(poema inédito)
MISTÉRIO EM SEIS DEDOS
À beira-vista
da ínsula ansiada – vendo já
o alcançável Éden ao quase
toque da mão: os deuses conspiraram.
Haroldo de Campos
o
desembarque du omilesimal
atlântico do
Reich en Verdejantes
derretido às chuvas aos trópicos
arianos
ex patriados
ou de(se)gredados
Sucumbem 39 a 41 &
não-retorno nos
tempos de Hiroshima
em Gupira e o átomongulala
que se estende von Däniken
Ruída e repousa
entresselvagens
suásticas & amazônicos
ataviados
fusionebriosamente
na dissipação da ciência
em
natureza
conclamando em nada.
(O Primeiro Vôo, 2006)
INTRÓITO
I.
Antes
deve-se enterrar os fantasmas
despedir-se
correctamente
- Que nunca mais folheiem meus cadernos
nem assaltem minha noite
e atormentem minha jornada
deve-se aprisioná-los numa fotografia
e queimá-la
como quem ausculta bobagens
1.1 Livra-te dos métodos
inquisidores de lobotomia
1.2 Livra-te das explicações
atemorizantes dos sonhos
posto que ausculta, ausculta
tua vida
não é esta.
ausculta, ausculta...
1.3 Livra-te do terror
que nunca aconteceu
1.4 Livra-te das horas
perdidas no fosso
ausculta, ausculta
ausculta posto que ausculta
tua vida
ausculta, ausculta
não é
está.
II.
Tome a chave
trancafie a cave
pois cá estão os
tratores e as
dinamites.
Sobe o primeiro monte
que assombra o Tejo
olhe, meu bem, o céu
É azul como nunca
O Sol bate mas não queima
É outono
e Deus te mostra os cometas brancos.
(O Primeiro Vôo, 2006)
bio/biblio:
Mariano nasceu no dia 1 de Abril de 1982 no Rio de Janeiro. Publicou Amália & Outros Erros de Contas (2003), China 1924 (2003) e O Primeiro Vôo (2006), este último pela 7Letras. No momento escreve sua dissertação de mestrado sobre a novíssima poesia feita no Brasil. No mais, tudo bem.
poética:
Poesia é coisa séria. Neguinho não veio a passeio. Mas também, relaxa aí...
Paulo Henriques Britto
menciona a
Paulo Henriques BrittoDomingos Guimaraens
Alice Sant' Anna
Luiz Felipe Leprevost
Augusto de Guimaraens Cavalcanti
poemas
Todo esse céu de estrelas
por que procuro
nesse
pedaço plástico?
Na rua a estante de poesia
conheço bem
levo qualquer coisa
e volto.
Rumino, rumino, rumino, rumino
quem me vê
conhece todos
esses passos
o teu céu
ah, o teu céu
antes pela fechadura
já estudei e
estudei
até
onde isso vai
não tenho mais o dinheiro
para comprar-te uns versos
Passo o domingo fabricando algum
com os que me foram dados
Andando
pelas janelas sou um camelo
com o pedaço de plástico na aorta
na mesa
escrevo versos
“como quem chupa uma laranja”
tempos que não chupo
uma laranja
nem nunca comprei nenhuma
Enrolo
enrolo
enrolo
enrolo
enrolo
enrolo
(...)
quero um beijo
no teu céu
e compor aos poucos
o mais monumental
dos poemas
simples
e
sério
feito essa alguma coisa
que não nomeias
e escreve sem tinta das
suas unhas carmim
pelo meu cabelo
enquanto eu
procuro o teu sim
nas afiadas quinas
do teu corpo
em construção
(poema inédito)
MISTÉRIO EM SEIS DEDOS
À beira-vista
da ínsula ansiada – vendo já
o alcançável Éden ao quase
toque da mão: os deuses conspiraram.
Haroldo de Campos
o
desembarque du omilesimal
atlântico do
Reich en Verdejantes
derretido às chuvas aos trópicos
arianos
ex patriados
ou de(se)gredados
Sucumbem 39 a 41 &
não-retorno nos
tempos de Hiroshima
em Gupira e o átomongulala
que se estende von Däniken
Ruída e repousa
entresselvagens
suásticas & amazônicos
ataviados
fusionebriosamente
na dissipação da ciência
em
natureza
conclamando em nada.
(O Primeiro Vôo, 2006)
INTRÓITO
I.
Antes
deve-se enterrar os fantasmas
despedir-se
correctamente
- Que nunca mais folheiem meus cadernos
nem assaltem minha noite
e atormentem minha jornada
deve-se aprisioná-los numa fotografia
e queimá-la
como quem ausculta bobagens
1.1 Livra-te dos métodos
inquisidores de lobotomia
1.2 Livra-te das explicações
atemorizantes dos sonhos
posto que ausculta, ausculta
tua vida
não é esta.
ausculta, ausculta...
1.3 Livra-te do terror
que nunca aconteceu
1.4 Livra-te das horas
perdidas no fosso
ausculta, ausculta
ausculta posto que ausculta
tua vida
ausculta, ausculta
não é
está.
II.
Tome a chave
trancafie a cave
pois cá estão os
tratores e as
dinamites.
Sobe o primeiro monte
que assombra o Tejo
olhe, meu bem, o céu
É azul como nunca
O Sol bate mas não queima
É outono
e Deus te mostra os cometas brancos.
(O Primeiro Vôo, 2006)
bio/biblio:
Mariano nasceu no dia 1 de Abril de 1982 no Rio de Janeiro. Publicou Amália & Outros Erros de Contas (2003), China 1924 (2003) e O Primeiro Vôo (2006), este último pela 7Letras. No momento escreve sua dissertação de mestrado sobre a novíssima poesia feita no Brasil. No mais, tudo bem.
poética:
Poesia é coisa séria. Neguinho não veio a passeio. Mas também, relaxa aí...
2 comments:
Muito interessante o trabalho que você desenvolve ao estabelecer ligações entre os poetas. No mínimo é um excelente ponto de partida para a discussão de possíveis influências e/ou afinidades eletivas e afetivas, como sugere o nome do seu blogue... Parabéns!
Obrigado. Bom saber que vocês estao achando interessante o projeto.
Abraços,
a.-
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