mencionado por:
Carlos Augusto Lima
André Luiz Pinto
Franklin Alves Dassie
Ruy Vasconcelos
menciona a:
Fabiano Calixto
Ricardo Domeneck
Franklin Alves
Ruy Vasconcelos
Júlio Lira
Juliana Krapp
Antônio Moura
Laura Erber
poemas:
Tateando Alguém sem Nome
não é bem assim. trata-se apenas de uma foto,
e este rosto em que você imprime rugas por
digitais deve ter nome, certo que deve, só se
desconhece ) e se enxerga aí tanta diferença? )
? ) digo, o que me salta é o corpo desarmado,
que ao receptor se oferece sem qualquer selo
de batismo, não sei, assim mais indefeso ) mas
não é ínsito à própria idéia de foto? ) ?? ) as fo-
tos são signos que não prosperam bem, que coalham,
como leite. seja o que ela dê a ver e qualquer que seja
a maneira, uma foto é sempre invisível: não é ela que
vemos. ) Barthes? ) é. ) da tradução do Júlio? ) é.
) sei, você sugere uma condição em que o su-
porte sonega proteção, digamos assim. ) ! ) mas
me ocorre quanto isso pode ser, ã, um problema
bom: a foto abriga, de certa forma, mas ela não
se habita. a foto não é casa, corpo ou cidade. )
... ) e, voltando, se eu não sei como se chama, e
se sei que o tenho em meus dedos, e deixo man-
chas, nesse momento ele é alguém que é limbo )
te diz tanto o garoto da foto? ) talvez. ou seja só
essa impressão de escorrego, de que meus dedos
passeiam por algo que pertence além ) sem nome
(poema inédito)
Antes do Zero
às vezes tarda
para o vazio derrotar recato
e, já pouco estrangeiro, deitar-se ao lado:
começa
com despregar-se do rumor
que de fora ainda goteja pelas
frestas (caminhão mordendo lixo
com a boca aberta, farelo de ruído
humano, osso contra metal)
então, modelado o claustro,
deslembrar
da sombra híbrida, corpo e toalha
que atravessa a metro e meio, ocupando
com lavanda mais que o alcance
dos passos,
da preguiça em par, ou chiste de algum
ships are docking planes are landing
sha-la-la (ela fixar justo a canção
mais kitsch dos Ramones?)
até que do teto
a procissão de formigas
em improvisado arabesco
demande distração, até
sentir que hoje é aniversário
de uma outra noite
exatamente igual
(poema inédito)
Super 8
para Flávia, acordada
------------- perto e calor, perto ---------------
placebo ao vigiar a respiração -------- se é
simples (e quase é) ---------------- (coisa de
não saber tamanho: ela dorme ------------ e
respira ---------- ) e o cerco de cama quarto
mobília e além-persianas chuva rouca
bate-estacas e depois ao longe a cidade e o
que se oblitera -------- aloha, --------- prumo
sem tumulto sem presságio sem --------- de
onde não escuta -------------------- e o que a
transportara: --------- a fadiga, o êmbolo da
tarde, revérbero em refrão de rock inglês ?
--- de entre as ferragens do sono -----------
------------- (onde instala um sim ) ------------
--------- ela respira mais bonito que silêncio
(poema inédito)
MINI-BIO:
Diego Vinhas nasceu em Fortaleza em 1980. Formado em Direito pela Universidade Federal do Ceará, trabalha nessa área, mas ainda segue estudando para concursos (um dia ele passa). É autor do livro de poemas “Primeiro as Coisas Morrem” (2004), co-editou a revista de poesia Gazua e prepara, ainda para 2006, o lançamento de uma nova revista, também dedicada à poesia. Gosta da Flávia, do Fluminense Football Club, do Fortaleza Esporte Clube, de quadrinhos e rock sujo.
POÉTICA:
No meu caso, escrever surge de um enguiço. Entre um cochilo, um estudo adiado, um telefonema, um poema alheio marcado a lápis. Não sei dizer muito de método, só que, a par do que tem de empenho e pensamento, não subestimo o caos, a circunstância, que seja, de escrever e só então passar a entender. No mais, tentar alguma dignidade. E se divertir.
(poema inédito)
MINI-BIO:
Diego Vinhas nasceu em Fortaleza em 1980. Formado em Direito pela Universidade Federal do Ceará, trabalha nessa área, mas ainda segue estudando para concursos (um dia ele passa). É autor do livro de poemas “Primeiro as Coisas Morrem” (2004), co-editou a revista de poesia Gazua e prepara, ainda para 2006, o lançamento de uma nova revista, também dedicada à poesia. Gosta da Flávia, do Fluminense Football Club, do Fortaleza Esporte Clube, de quadrinhos e rock sujo.
POÉTICA:
No meu caso, escrever surge de um enguiço. Entre um cochilo, um estudo adiado, um telefonema, um poema alheio marcado a lápis. Não sei dizer muito de método, só que, a par do que tem de empenho e pensamento, não subestimo o caos, a circunstância, que seja, de escrever e só então passar a entender. No mais, tentar alguma dignidade. E se divertir.
6 comments:
Diego, belos poemas.
um abração, Franklin
Alargando o texto, meu velho, seus poemas estão cada vez melhores e muito obrigado pelas palavras. Muito bom seu Antes do zero, tocante.
abração andré
Muitos poemas do Diego mexem demais comigo não apenas pelas imagens que se formam, mas em como elas são construídas. o "antes do zero" tem muito disso. São imagens, por vezes, deslocadas que fazem um som não obrigatoriamente agradável. Acho que, como o próprio confirma, o Diego não subestima o caos e se utiliza do enguiço, mas não obrigatoriamente para consertá-lo.
No "tateando alguém sem nome" gostei bastante da forma como ele tratou o texto. Já no "super 8" o que me atraiu foi o ritmo que o texto ganhou. Uma respiração bonita, mas cortada, que me fez perder o fôlego.
Aí, meu velho, saudades muitas da boa noitada cearense, do papo bom. Ontem, chegou aqui a antologia cearense da Cartonera. Maravilha, poemas tinindo, como esses aí. Um grande abraço, Heitor
Diego
Vamos publicar mais um poema seu
in english translation in USA
Dirty Goat 20.
charles perrone
gosto muito dos seus textos. os daqui. os do livro. muito.
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