Sunday, October 22, 2006

LU LAPAN


mencionada por
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menciona a
Maira Parula
Caco Ishak
Fred Girauta
Mariana Lavrado
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poemas
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1
o ciclo do alho
a aba do despenhadeiro esconde o aberrante Klor.
vive sossegado nas paragens de Murmur, onde os homens são respeitados na proporção das florescências de alho que carregam em volta do pescoço.
sua mente sanada pelo apaziguamento meditativo não perde tempo elocubrando o ócio.
nos dias em que a passagem do tempo dá aquela acelerada habitual, aproveita para pastar capim gordura e promover uma gama de reações cínicas anti-explosão plasmolisante do lisossomo mau.
mesmo que cacareje o Sr. Consul, dono das geladeiras, e relute na não reposição dos ovos nas portas, nada impedirá que desmaiem as margaridas recostadas no declínio abismal, devido à tamanha despretensão que acompanha a nuvem sabor alho que se forma quando Klor berra de serenitude e satisfação.
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2
Os Mistérios da Punta que Pariu
Punta era garbosa.
Suas cores farfalhafatosas lhe incumbiam utilidade na função de figurinha auto-adesiva.
A qualidade do grude, porém, revelava deslizes em sua ab-rogada aderência.
Falava-se sobre sua existência tal qual a de um sabonete submarino de banheira.
Cansou de si perdida e, subexistindo com fantasia de panfleto, foi ter com o mestre Super Bonder.
Pariu. Uma possante tarja de patrulha somente arregaçável pela força de 95 macacos-zumbis babadores de gosma guar.
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3
tio darwin disse isso
a praia foi a porta de entrada desses seres então diminutos.
sustenidos com negação em afinar, preferiram, no remoto, o som de uma nota de
crack de carapaça de caranguejo, de ploft de bolha de ar de peixe respirando e tchaaahh! de onda muito forte batendo.
e não compraram o óleo para besunte e fritação da pele.
despareceriam facilmente murchos de desidratados.
e salgados de tanto beber água de caldo de caixote, correriam o perigo de serem confundidos pelo vendedor de lagostas.
hoje gostam de ficar na sombra bonitinhos sem emitir percussões, inspirando conspiração para a evolução de espécies comportadas.
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bio/biblio:
Lu Lapan confecciona monstros de pelúcia para esquisitolândia(http://esquisitolandia.blogspot.com) e escreve textos para a baleia pelancuda(http://abaleiapelancuda.blogspot.com). Eventualmente compõe letras e/oumúsicas para os extraterrestres (ou ostrasterrestres). É autora da letra de“Malditos Decompositores”, canção da banda Gritadores, e do poema “o acaso doporco” (publicado na revista Cult de maio/2006 na matéria “Virando as Latas doContemporâneo”, por Marcelo Diniz).
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poética:
próximo à janela havia um velho barbudo eterno que grunhia i...
todos passavam.
por uma estranha razão saíam cantando i-i-i-i-i dadaradá...
foi então que no fim do dia chegou o entregador de bezerros.
e o velho finalmente concluiu:
ich liebe dich.

4 comments:

Maira Parula said...

eu sabia que darwin estava por trás de tudo, lu. se entregou. gostei horrores. tenho problemas tb com o lisossomo bom e o lisossomo mau. beijão

Anonymous said...

Lu Lapan- belíssima.
lembro a ler seus poemas de Erza Pound
quando diz que o poema pode ser dividido em melopéia, logopéia e fanopéia; em voce eu vejo = melopeia, isto é, , os recursos melódicos aproximam da música, da dança, das onomatopéias , sua poesia Lapan me fez movimento, me lançou em variadas perpectivas sonoras e delicadas.
beijos
afonso.

Anonymous said...

Estranhamente livre da parataxe, Lu parece construir universos paralelos. São como bolhas, bolhinhas e bolhonas - de sabão. Há algo de aéreo na sua poesia.
Muito prazer!

Patolinus - O Pato! said...

porra, q saudades!!!!!