foto: João Palmeira
mencionada por:
André Luiz Pinto
mencionada por:
André Luiz Pinto
Sérgio Alcides
Paula Padilha
menciona a:
(Menciono quem ainda não está aqui)
Ademir Assunção
Laura Erber
Paula PadilhaFlavia Rocha
Ana Peluso
Mônica de Aquino
poemas
Paula Padilha
menciona a:
(Menciono quem ainda não está aqui)
Ademir Assunção
Laura Erber
Paula PadilhaFlavia Rocha
Ana Peluso
Mônica de Aquino
poemas
MUSTH
Tudo esquematizado. Abandonar
a música. Ficar só com os músculos.
Abastecer com urros a manada
de meninos tomados pelo rumo.
Defesas, tromba, másculas batidas,
dor onde ninguém pode chegar perto:
na imaginação de uma divisa,
na agonia infinita porque quer
que passe logo rápido mas volta
o primeiro desejo de ser nela.
O amor está sozinho mesmo agora
que o corpo não comporta tanto. Resta
catalogar mais uma variante
de viver, esse lapso de elefante.
MEL
O cheiro doce e a abelha ali grudada.
Na tarde não havia nada firme
que pudesse conter alguns cuidados:
tentamos umas flores. Mas mantínhamos
a porta aberta e o vento encaminhando
tudo. Por isso o cheiro doce imenso;
daí ser necessário que crianças
ficassem afastadas por um tempo.
Tanto era o cheiro terno que a primeira
garota obediente desistiu.
Estava presa ao fruto de uma abelha
e as asas da vontade apareciam.
Os meninos queriam de verdade.
Tivemos que fechar a porta rápido.
PREAMAR
O Rio de Janeiro assa. Vai
chover. Meninas fervem pelas bordas.
Há quem voe no afã da fuga. Nada.
Mamíferas emergem dando corda:
não senti o arpão bífido daqueles
olhos. Nem me afastei de nenhum barco
por amor. A malina encobre meus
desejos incompletos. Pelo mar
deslocam-se surpresas. Venta mais.
Vai chover e a cidade arde demais.
Experimento as bordas das meninas.
O pescador imita a minha cria
com gemido eletrônico. Confundo-me
com os gritos. Despeço-me de tudo.
bio/biblio
Lígia Dabul nasceu e vive no Rio de Janeiro. É professora e faz pesquisas em Sociologia e Antropologia da Arte na Universidade Federal Fluminense. Publicou, dentre outros trabalhos, Um percurso da pintura (Eduff, 2001), etnografia sobre identidades de artista.
Em 2005 publicou o livro de poesia Som (Editora Bem-Te-Vi). Tem poemas em jornais e revistas, como Poesia Sempre, Et Cetera, Babel, Cacto, Jandira, Panorama da Palavra, Gazua, Rattapallax e os virtuais Zunai, Algaravária, Sèrie Alfa, Al Margen.
5 comments:
Beleza, hein!
Gosto muito da poesia de Lígia Dabul.
Claudio Daniel
cada vez melhores. parabéns!
ligia, sabe que nunca li coisa tua... adorei esses três. essa história de blog é incrível, né, tem muito poetas pra conhecer na rede. essa troca pode ser revolucionária, viu, perigosíssima, e é pra dar golpe poético na tecnologia mesmo. hehe. beijo.
Perfeito!! os Poemas de Ligia me fazem acreditar que tudo vale a pena se a alma ñ é pequena.
Post a Comment