mencionado porEduardo Jorge
Diego Vinhas
Ruy Vasconcelos
Diego Vinhas
Ruy Vasconcelos
menciona a
Eli Castro
Ruy Vasconcelos
Rodrigo Marques
Fernando Paixão
Nuno Ramos
Carlos Augusto Lima
poemas
na neblina, angelopoulos
atrás da neblina
há uma casa
eu sei
você não vê:
aparece apenas a cerração
apenas um dia
em que nada se vê
além de nós mesmos
e o chão onde pisamos:
mas já é muito
e eu sei
eu ouço:
algum vizinho
- talvez cego -
toca na sanfona
uma história triste de amor:
também por isso
eu sei -
e algum radar primordial
sustenta tal certeza:
atrás da neblina
há uma casa
Ruy Vasconcelos
Rodrigo Marques
Fernando Paixão
Nuno Ramos
Carlos Augusto Lima
poemas
na neblina, angelopoulos
atrás da neblina
há uma casa
eu sei
você não vê:
aparece apenas a cerração
apenas um dia
em que nada se vê
além de nós mesmos
e o chão onde pisamos:
mas já é muito
e eu sei
eu ouço:
algum vizinho
- talvez cego -
toca na sanfona
uma história triste de amor:
também por isso
eu sei -
e algum radar primordial
sustenta tal certeza:
atrás da neblina
há uma casa
A partir de Kapa
Azul de granada, amanhã franceses e alemães descerão à praia. Neste
instante, um cadáver - o cobertor de barras listradas –
com braços e pernas desabadas empurra à frente os ombros
circunflexos e a cabeça raspada da menina. Um olhar curto
(qualquer desenho de horizonte é desmentido) preso à calçada. Só
a sombra, em diagonal, estende-se.
Angular
Um homem submergindo na poltrona.
Outro diante dele,
talvez ele mesmo.
Distante, numa cadeira, o terceiro;
este é outro, mas ainda assim,
talvez, também ele.
2.
Luz amarfanhada; microscópicas
aranhas agarrando-se à superfície na
procura de muco e outros detritos.
A carne frouxa: o olhar do outro oblíquo, teso:
O do último em ágeis,
ínfimos
movimentos.
3.
Dizem os vegans
a vaca injeta-se adrenalina,
vingança na hora do abate.
Na poltrona,
o homem exangue.
4.
com braços e pernas desabadas empurra à frente os ombros
circunflexos e a cabeça raspada da menina. Um olhar curto
(qualquer desenho de horizonte é desmentido) preso à calçada. Só
a sombra, em diagonal, estende-se.
Angular
Um homem submergindo na poltrona.
Outro diante dele,
talvez ele mesmo.
Distante, numa cadeira, o terceiro;
este é outro, mas ainda assim,
talvez, também ele.
2.
Luz amarfanhada; microscópicas
aranhas agarrando-se à superfície na
procura de muco e outros detritos.
A carne frouxa: o olhar do outro oblíquo, teso:
O do último em ágeis,
ínfimos
movimentos.
3.
Dizem os vegans
a vaca injeta-se adrenalina,
vingança na hora do abate.
Na poltrona,
o homem exangue.
4.
O outro circula
procurando diferentes de-onde.
O terceiro, silencioso,
fincado na distância,
observa,
inclusive
o ato de observar.
5.
O espaço é o mesmo,
mas não é comum.
Não fossem as teorias pós-quânticas
diria-se qualquer conexão deixará de existir.
6.
procurando diferentes de-onde.
O terceiro, silencioso,
fincado na distância,
observa,
inclusive
o ato de observar.
5.
O espaço é o mesmo,
mas não é comum.
Não fossem as teorias pós-quânticas
diria-se qualquer conexão deixará de existir.
6.
O homem sentado na poltrona
assemelha-se ao da cadeira.
Cada um caricatura do outro
assemelha-se ao da cadeira.
Cada um caricatura do outro
7.
Aos dois
é dada
a possibilidade
de levantar-se
e
sair.
Não o fazem.
Este espera
por
um choque elétrico.
Aquele,
pela
luz.
8.
é dada
a possibilidade
de levantar-se
e
sair.
Não o fazem.
Este espera
por
um choque elétrico.
Aquele,
pela
luz.
8.
O homem em pé, confortável,
anda
como se
numa festa rodeado de amigos.
Sabe exatamente o que fazer,
se não soubesse, ainda assim
estaria à vontade.
9.
O ventilador,
sobre um banco, gira
tornando a temperatura
amena. Do
lado de fora,
ruídos ininteligíveis.
bio/biblio
Júlio Lira trabalha no trânsito de linguagens como fotografia, texto, ação urbana. Usa a dispersão como método.
poética
Poema é lego. Acredito nisso. Mexo com isso. Coisa plástica, ação física, quando menos, tridimensional. Lego fincado nas paredes de um buraco, com rasuras escavocando o que está dado. Dessa passagem, o texto pode ganhar vida e se jogar para fora da literatura, um parasita pronto a se instalar e procriar, ganhando sangue nas situações mais corriqueiras. Monstrinhos, virus, poemas.
anda
como se
numa festa rodeado de amigos.
Sabe exatamente o que fazer,
se não soubesse, ainda assim
estaria à vontade.
9.
O ventilador,
sobre um banco, gira
tornando a temperatura
amena. Do
lado de fora,
ruídos ininteligíveis.
bio/biblio
Júlio Lira trabalha no trânsito de linguagens como fotografia, texto, ação urbana. Usa a dispersão como método.
poética
Poema é lego. Acredito nisso. Mexo com isso. Coisa plástica, ação física, quando menos, tridimensional. Lego fincado nas paredes de um buraco, com rasuras escavocando o que está dado. Dessa passagem, o texto pode ganhar vida e se jogar para fora da literatura, um parasita pronto a se instalar e procriar, ganhando sangue nas situações mais corriqueiras. Monstrinhos, virus, poemas.
6 comments:
é isso aí julio. gostei mesmo dos poemas. dos legos.
eduardo.
gostei do angular. vi como suas pecinhas de lego soltas, sozinhas, mas com um encaixe à espera de acontecer - já acontecendo.
Júlio,
gostei muito dos poemas. acho que vou comprar uma caixa de legos!
abs, Heitor
Tem uma voz mansa que me fala ao ouvido e é doce e por dentro me diz rocha. e por dentro me diz lago.
Tem uma voz mansa e gargalhada como riso.
Tem uma voz mansa e me espeta com seus olhos através dos óculos, mas ainda tem uma voz mansa.
Tem uma voz mansa que é sopro de montanha e cordas de lira.
Gostei das montagens.
nao siga o manual.
ah, então é daqui que eu te conheço!! rs!! não lembrava de onde era, mas sabia que gostava muito. Lindos poemas!
marcão.
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